Programa de computador desenvolvido por investigadores do Técnico Como reagir a um insulto na escola? Como responder a uma agressão de um colega? Investigadores do Instituto Superior Técnico criaram um programa de computador que permite simular situações destas para ajudar as crianças a desenvolver estratégias de resposta à violência - física e psicológica (bullying).
As versões inglesa e alemã já estão prontas, mas falta investimento para desenvolver a portuguesa, revelou ontem João Dias, um dos investigadores envolvidos no projecto: "são precisos recursos e investimentos". Com dinheiro, a tarefa será fácil, porque em termos técnicos a aplicação está pronta a avançar, garantiu.
O programa chama-se "FearNot!", destina-se a crianças dos oito aos 12 anos e serve para as fazer descobrir se são vítimas ou agressores.
A aplicação começa com a apresentação das personagens e das situações, cabendo depois a uma das partes dar conselhos num site de conversação, uma espécie de Messenger. Opções como ripostar, fazer amigos ou recorrer aos pais são depois justificadas pelas crianças.
O projecto começou há alguns anos para ajudar a "lidar com um problema emergente: o bullying nas escolas", disse João Dias.
O coordenador do projecto Escola Segura explica que este fenómeno pode ser complexo. "Há situações que são crime, como as ofensas à integridade física, injúrias ou a coacção, mas há outras que são mais difíceis de perceber: o gozo continuado, provocar o isolamento, por exemplo", explica Luís André Elias. O último relatório sobre violência nas escolas, do ano lectivo de 2006/2007 dava conta de cerca de 7000 ocorrências, sendo que 24% diziam respeito a agressões e 15% a injúrias, ameças e difamação - comportamentos que estão ligados ao bullying.
"Os agentes do Escola Segura são confrontados com os casos em que há crime, mas dá-nos a sensação que a maioria das situações não são comunicadas à polícia porque as vítimas não se queixam", conclui o subintendente.
LUSA
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