À ESCALA NACIONAL Açores com maior subida no poder de compra
Publicado na Sexta-Feira, dia 11 de
Novembro de 2011, em Actualidade
A região dos
Açores regista a maior
subida do Indicador per Capita (IpC) do poder de compra do Instituto Nacional
de Estatística (INE) entre 2007 e 2009, enquanto o Algarve tem a maior queda.
O
INE divulgou ontem a nona edição do Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio,
com dados relativos a 2009, sendo que os últimos disponíveis diziam respeito a
2007.
A
nível regional (NUTS II), os Açores registaram a maior subida com mais 2,52
pontos (para 86,14), o Norte cresceu 1,4 (para 87,64), o Alentejo somou 1,06
(para 88,39) e o Centro ganhou 0,65 pontos de poder de compra per capita (para
84,41).
As
outras duas regiões do Continente cujo IpC desceu são as duas únicas que têm
poder de compra acima da média nacional: Lisboa desceu 2,70 para 134,15 pontos
e o Algarve teve a maior
queda, de 3,25 por cento, ficando nos 100,4 pontos.
Nas
regiões NUTS III, a maior
variação foi a do Alentejo
Litoral, com o poder de compra por habitante a crescer 4,77 pontos (para 95,30
pontos).
Fazendo
as contas por NUTS III, de acordo com os dados do INE, o IpC só baixou, entre
2007 e 2009, em dez regiões: Baixo Vouga, Flores, Lezíria do Tejo, Alentejo
Central, Entre Douro e Vouga, Médio Tejo, Pinhal Litoral, Corvo, Península de
Setúbal e Grande Lisboa.
O
Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio visa caracterizar os municípios
"relativamente ao poder de compra numa interpretação ampla de bem-estar
material", refere o INE.
País
anda a duas velocidades
Os
índices do Poder de Compra Concelhio, revelados hoje pelo Instituto Nacional de
Estatística, demonstram que o país anda a duas velocidades, defendeu Fernanda
Cravidão, investigadora de Geografia Humana da Universidade de Coimbra
e do Departamento de Estudos Geográficos.
"O
crescimento de Figueira de Castelo Rodrigo de 58 para 68 e de Oeiras de 172
para 185 é completamente diferente", disse a especialista, defendendo que
os dados revelados são indicadores da "falta de coesão territorial e das
desigualdades sociais" existentes no país.
Para
a docente catedrática da Universidade de Coimbra, os índices do Poder de
Compra Concelhio seguem as
tendências da distribuição da população, do povoamento, do
envelhecimento demográfico do país, com o interior a continuar a ser mais
penalizado face ao litoral.
A
redução do poder de compra de concelhos do litoral, como Albufeira, Lagos ou
Marinha Grande é explicada pela conjuntura.
"São
concelhos que estavam dependentes do turismo, da construção civil ou de
indústrias e de um momento para o outro entraram em regressão devido ao
desemprego e ao encerramento de algumas empresas", apontou a especialista.
Trinta
e nove dos 308 municípios apresentavam em 2009 um poder de compra per capita
superior à média nacional (100), enquanto mais de metade dos concelhos tinha
valores inferiores a 75, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística.
Do
total de municípios, 39 (12,6 por cento) tinham valores superiores a 100, numa
lista liderada por Lisboa, com 232,5, mais do dobro da média nacional, indica o
estudo sobre o poder de compra concelhio, hoje divulgado pelo INE.
Os
moradores de Lisboa têm quase cinco vezes mais poder de compra comparativamente
aos de Sernancelhe (Viseu), o concelho do país com menor poder de compra por
habitante, segundo dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística
(INE).
A
nível nacional, o valor
em Portugal Continental é de 100,5, contra os 86,1 dos Açores
e 94,7 da Madeira.
As
regiões de Lisboa (134,2) e do Algarve (100,4) eram as que registavam valores
acima do poder de compra per capita médio nacional, enquanto as restantes
regiões tinham valores inferiores: Alentejo (88,4), Norte (87,6) e Centro (84,4).
Figueira
de Castelo Rodrigo é o concelho em que cada residente ganhou mais poder de
compra entre 2007 e 2009 e
Porto Santo onde mais se perdeu, de acordo com dados do
Instituto Nacional de Estatística.
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