Preservativo feminino de volta
Ontem
A Coordenação Nacional para a Infecção HIV/Sida e a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género lançaram uma campanha nacional que visa incentivar o uso do preservativo feminino, que chegou a estar à venda nas farmácias portuguesas mas saiu de circulação por não ter tido procura.
"Pretendemos primeiro dar a conhecer o preservativo feminino e salientar que ele é uma alternativa para as mulheres poderem garantir a sua protecção e a pervenção de risco de doenças sexualmente transmissíveis, nomeadamente a VIH/Sida", destacou Beatriz Casais, da Coordenação Nacional para a nfecção VIH/Sida, citada pela Lusa.
A ideia é, assim, levar as mulheres a adoptar "uma nova atitude", mostrando-lhes que o uso daquele método anticonceptivo dá-lhes mais controlo e poder, sendo eficaz na prevenção da Sida. "Quandoa mulher está limitada ao preservativo masculino na negociação com o parceiro, tem que pedir para usar. Assim, a decisão é dela", destaca Beatriz Casais.
A campanha, que vai decorrer nas televisões até sexta-feira, visa levar as mulheres a procurar informação juntos dos profissionais de saúde e a "aguçar o apetite aos privados, nomeadamente às farmácias e distribuidoras, para que coloquem o preservativo feminino no mercado e a preços acessíveis".
É que, chegaram a ser comercializadas nas farmácias duas marcas de preservativos femininos. Mas, como já admitiu Beatriz Casais, o "negócio não se revelou rentável", devido à dificuldade de colocação do preservativo, ao facto de implicar prática, e ao preço (três vezes superior ao dos preservativos masculinos).
Em Outubro passado, decorreu um concurso para possibilitar, durante este ano, o acesso gratuito aos preservativos femininos nos centros de saúde e hospitais. Mas para tal é preciso estimular a procura, crê a Coordenação Nacional para a Infecção VIH/Sida que, em 2008, distribuiu cerca de 50 mil preservativos junto das organizações não governamentais com equipas dirigidas a prostitutas.
O preservativo femino tem a forma de uma manga e é constituído por dois anéis: um que fica dento da vagina e outro fica na zona exterior e cobre parte dos lábios vaginais e do clítoris. O material é mais espesso do que o do preservativo masculino e assemelha-se ao de um saco plástico. Por isso, pode diminuir a sensibilidade, apesar de ser considerado mais eficaz na prevenção da VIH/Sida e de prevenir doenças do colo do útero.
in JN
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