domingo, 26 de fevereiro de 2012


Obama propõe 770 milhões de dólares para os países da Primavera Árabe
O Presidente dos Estados Unidos apresentou esta terça-feira ao Congresso uma proposta de Orçamento para 2013 que visa cobrar mais impostos aos ricos que têm sido beneficiados desde a era Bush, para financiar novas despesas que alimentem o crescimento.
O utra novidade, mais política, é a proposta de um fundo de 770 milhões de dólares para financiar os países da Primavera Árabe no Norte de África e Médio Oriente. Este montante será canalizado através do Orçamento do Departamento de Estado, que ascende a 51,6 mil milhões de dólares.
Um montante que é quase uma gota de água no orçamento que o actual líder norte-americano propôs ao Congresso, mas que traduz a leitura política que está a ser feita: trata-se de uma espécie de guião para um eventual segundo mandato.
Do ponto de vista da economia e das finanças públicas, o documento não traz surpresas em relação ao que já se sabia e tinha sido assumido por Barack Obama no último discurso do Estado da União: apoiar a criação de emprego, incluindo para esse efeito uma proposta de introdução de um crédito de imposto para os empregadores que repatriem actividades para os EUA, e para pequenas empresas que criem empregos ou aumentem salários; e, pelo contrário, eliminar as deduções de impostos de que beneficiam as empresas dos EUA que transfiram as suas actividades para o estrangeiro.
Outro aspecto já esperado da proposta orçamental, a além do aumento dos impostos sobre os mais ricos, é a redução das despesas militares.
A ideia é que os recursos obtidos através destas duas medidas sejam aplicados em prioridades como a educação, obras públicas, investigação e energias limpas, segundo The New York Times.
O Presidente dos EUA pretende aumentar a taxa sobre dividendos de acções dos actuais 15% para a taxa máxima (que em 2013 ficará em 39,6% se todas as reduções fiscais decididas pelo anterior presidente George W. Bush expirarem no fim do ano, como previsto. Mas isto só se aplica a indivíduos que ganhem mais de 200 mil dólares (153 mil euros) por ano, ou casais acima dos 250 mil. Quanto aos ganhos de capital, propõe-se que passem a pagar 20% de imposto, face a 15% actualmente.
Mas o aumento de despesa e o aumento dos impostos sobre os mais ricos teve já uma forte reacção dos republicanos, que se opõem ao que consideram ser uma falha no corte dos enormes défices públicos do país, explica por seu lado a Reuters, adiantando que esta proposta “não deverá ir a lado nenhum num Congresso dividido”, e que é mais vista como um documento de campanha para as eleições presidenciais de Novembro. Segundo o New York Times, a proposta revela a agenda de Barack Obama para um segundo mandato, ao qual vai concorrer.
Segundo a proposta ontem apresentada, o défice público desceria de 8,5% para 3% até 2017, o que não pressupõe cortes radicais, mas sem controlar o crescimento da dívida pública do país que, no final de um eventual segundo mandato do democrata, ficaria em 15,7 biliões (milhões de milhões) de dólares.
Neste documento, as perspectivas de crescimento para este ano e o próximo foram revistas em baixa, para respectivamente 2,7% e 3,0%, quando no orçamento suplementar publicado em Setembro eram de 3,2% e 4,0%.
17 de Fevereiro de 2012

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