quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Cancro feminino com prevenção insuficiente


Na União Europeia ainda não foi atingida a metade do número mínimo de exames de despitagem precoce do cancro do colo do útero. Apenas sete estados-membros têm em acção rastreios de âmbito nacional da doença.

Portugal conta-se entre um grupo de oito países da União Europeia em que começaram a ser desenvolvidos há pouco tempo programas nacionais de rastreio do cancro do colo do útero. O relatório europeu ontem divulgado indica a Dinamarca, Finlândia, Suécia, Hungria, Holanda, Eslovénia e Reino Unido como o grupo mais avançado neste domínio, com rastreios nacionais já no terreno. A vacinação, dois anos depois de a Comissão ter licenciado a primeira vacina, ainda só faz parte dos programas nacionais de 15 países.

Na Europa, morrem diariamente 40 mulheres devido a cancro do colo do útero, doença provocada pelo vírus do papiloma humano. O número de óbitos em Portugal ronda os 300 anualmente.

No nosso país, o Governo decidiu a aquisição de 400 mil doses de vacinas destinadas às jovens que façam 13 e 17 anos em 2009. O presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro defende, contudo, que a vacinação "deveria ter sido alargada a muitos mais grupos etários".

Ontem, a cimeira da Associação Europeia Contra o Cancro do Colo do Útero (ECCA na sigla inglesa), que decorre em Bruxelas, distinguiu Portugal pelo programa de rastreio, de base populacional, que tem vindo a ser desenvolvido pela Administração Regional de Saúde do Alentejo desde há um ano. A ECCA considerou ser este "o modelo mais fidedigno, que deve ser adoptado no resto de portugal, assim como noutros países da Europa", segundo disse à Lusa fonte do Ministério da Saúde. A mesma fonte afirmou que "a ECCA considerou que Portugal tem sido exemplar" na campanha de sensibilização, na prevenção primária (com a vacina) e na prevenção secundária (com o rastreio). O rastreio no Alentejo abrangeu 20 mil das 110 mil mulheres da região entre os 30 e os 65 anos, tendo sido realizadas 17.400 citologias. Foram detectadas 300 lesões, das quais nove já eram situações cangerígenas. Nos próximos dois anos o rastreio terá abrangido todas as mulheres da região naquelas faixas etárias.



in http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1075160

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