Casa de apoio a famílias em 2012
Residência Ronald McDonald vai ter 12 quartos
00h15m
INÊS SCHRECK
A casa Ronald McDonald, a erguer nos terrenos do Hospital de S. João, no Porto, deverá acolher os primeiros hóspedes em 2012. A residência, cuja primeira pedra foi lançada ontem, vai receber famílias de crianças gravemente doentes em tratamento hospitalar.
"É uma casa longe de casa" que "não resolve a doença nem faz desaparecer a tristeza de um pai ou de uma mãe com um filho doente", mas que faz toda a diferença" ao reduzir distâncias, proporcionar conforto e dignidade, resumiu Mário Barbosa, presidente do Conselho de Administração da Fundação Infantil Ronald McDonald (FIRM), uma Instituição Particular de Solidariedade Social sustentada pela marca McDonald"s.
A casa Ronald McDonald do Porto, cuja construção está orçada em 800 mil euros, é a segunda a nascer em todo país, mas o responsável da FIRM deixou a garantia de que "no futuro serão projectadas mais".
O edifício vai ser construído num terreno rodeado de árvores, no Hospital de S. João, mas servirá também famílias cujas crianças estejam internadas ou em tratamento ambulatório no Instituto Português de Oncologia e no Centro Hospitalar do Porto.
A residência terá 12 quartos, mais dois do que a de Lisboa (inaugurada em 2008), por onde já passaram 180 famílias, oriundas de todos o país, incluindo ilhas. "Acreditamos que vai ser uma grande valência para o hospital de S. João, a casa de Lisboa tem estado sempre cheia", afirmou, no final da cerimónia, Mário Barbosa.
O JN ouviu três testemunhos de pessoas do Norte que tiveram a "sorte" de encontrar um "refúgio" na casa de Lisboa, junto ao Hospital D. Estefânia. Todos acreditam na importância do projecto da FIRM e quiseram estar presentes no lançamento da primeira pedra da casa do Porto, abençoada pelo Bispo do Porto, D. Manuel Clemente.
Na cerimónia esteve presente a mulher do Presidente da República, Maria Cavaco Silva, que elogiou o projecto e prometeu continuar a dar o seu apoio "enquanto houver crianças longe de casa que precisam das famílias por perto".
"Uma casa destas faz toda a diferença. Quando temos uma criança num hospital, com um problema grave, toda a gente sabe como é fundamental estar junto dela, mas se se mora longe o que é que se faz?", questionou, lamentando que muitas vezes os familiares destas crianças "parem num sítio sem conforto".
Maria Cavaco Silva lamentou ainda que muitas vezes as famílias estejam numa "situação de grande desconforto" quando mais precisam de apoio, de ajuda e de aconchego."É isso que estas casas ultrapassam muitíssimo bem", frisou, concluindo com um "Quanto mais depressa, melhor", em alusão a um dos lemas da FIRM "Quanto mais perto, melhor".
A vereadora da Câmara do Porto, Guilhermina Rego, salientou a importância do envolvimento da sociedade civil nas causas humanitárias e António Ferreira, presidente do Conselho de Administração do Hospital de S. João, realçou a oportunidade de ter um espaço físico que respeite a essência e os valores do ser humano.
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