O economista João César das Neves considerou hoje “decisivas” as
alterações ao subsídio de desemprego propostas pelo Governo,
considerando “importante flexibilizar o sistema, porque está demasiado
centrado em algumas fatias da força de trabalho”.
“É uma das coisas mais importantes neste momento. Estamos com níveis de
desemprego que nunca tivemos na nossa economia e esse apoio é decisivo”,
afirmou hoje o presidente do conselho científico da Católica-Lisbon,
comentando as alterações propostas que na próxima semana serão levadas a
concertação social.
Em declarações aos jornalistas, à margem do Dia da Competitividade, uma
iniciativa da CIP-CCI, João César das Neves, disse que “é importante
flexibilizar o sistema, porque está muito generoso em certos aspetos e
demasiado desaparecido e omisso em outras zonas da economia”.
Ressalvando que ainda não analisou as alterações propostas com cuidado, o economista considerou-as “equilibradas e abrangentes”, tornando o sistema “um bocadinho mais exigente sobretudo no período de acesso ao subsídio”.
“Há pessoas totalmente desprotegidas, por serem empresários ou recibos verdes, o que é inaceitável”, alertou.
De acordo com a proposta, que Mota Soares agora apresenta aos parceiros
sociais e que será levada à reunião de concertação social, na próxima
semana, prevê-se que o período máximo de atribuição desta prestação
social seja, no máximo, de 18 meses, quando atualmente este [período]
pode chegar aos três anos para os trabalhadores mais velhos e com
carreiras contributivas mais longas.
Também o teto máximo de atribuição do subsídio será revisto em baixa, passando dos atuais 1.257,66 euros para os 1.048,05 euros.
O valor desta prestação será igualmente reduzido uma vez que, prevê o
Executivo, caso um desempregado esteja sem trabalho seis meses depois de
começar a receber subsídio, terá um corte de 10 por cento no valor da
prestação mensal.
in Correio do Minho
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