Ministro garante que suicídio é “problema de saúde pública”
e vai manter-se no Plano Nacional de Saúde 2012-2016
28 | 11 | 2011 19.34H
O ministro da Saúde, Paulo Macedo, garantiu hoje que o suicídio, um
"problema de saúde pública" e uma "preocupação" do ministério,
vai manter-se "com relevância" no Plano Nacional de Saúde 2012-2016.
Destak/Lusa
| destak@destak.pt
"O problema do suicídio, acima de tudo porque é nossa
obrigação evitar todas as mortes evitáveis, irá manter-se com relevância no
Plano Nacional de Saúde 2012-2016", disse Paulo Macedo.
O ministro falava em Beja na sessão de abertura do colóquio
"O suicídio no Baixo Alentejo, preocupações e soluções", após ter
inaugurado o novo
Centro de Saúde da vila de Barrancos.
Segundo o ministro, "o suicídio é um problema de saúde
pública e uma clara preocupação do Ministério da Saúde" e, por isso,
"o Coordenador Nacional para a Saúde Mental tem inscrito, no seu programa de
ação, a implementação do Plano Nacional de Prevenção do Suicídio".
"O suicídio representa uma causa importante de morte
prematura em
toda a União Europeia", mas as taxas globais de suicídio
em Portugal são "inferiores" às dos países do Norte e do Leste do
Continente Europeu, frisou.
Segundo o ministro, em 2009 a taxa de mortes por lesões auto
provocadas intencionalmente em Portugal foi de 9.5 por 100 mil habitantes, o
correspondente a 957 suicídios.
Naquele ano, enquanto a taxa média nacional de suicídios foi de
9.5 por 100 mil habitantes, no Alentejo esteve próxima dos 27 e no Algarve foi
de quase 16, disse o ministro.
Em Portugal existe "uma marcada assimetria entre o Norte e
o Sul, sendo que nesta região as taxas "são mais elevadas", devido a
vários fatores sociais e de saúde mental, como desertificação, personalidade
melancólica, envelhecimento e baixa religiosidade.
"Portugal continua a estar entre os países da Europa com
maior número de falecimentos sem causa identificada", disse, defendendo
que é "fundamental que os médicos ultrapassem a tendência cultural, comum
a toda a sociedade, de não evidenciar os casos de suicídio".
"A este dado, é preciso juntar o que muitas vezes parece
comezinho, mas tem um impacto real, que é o facto de os seguros de vida não
cobrirem suicídios", disse o ministro.
Segundo Paulo
Macedo, os grupos de risco de suicídio estão sobretudo
ligados aos doentes com problemas no âmbito da saúde mental, incluindo os que
têm "consumos aditivos" e as "principais causas" são a
depressão e o consumo elevado de bebidas alcoólicas.
"O risco encontra-se ainda presente em pessoas
desfavorecidas socialmente, nas que tiveram perdas recentes e alguns grupos de
emigrantes", disse, referindo que "também existem grupos
profissionais com risco aumentado, como o dos próprios médicos".
Na sua intervenção, Paulo Macedo disse que "não serão os
constrangimentos orçamentais" que farão o Governo "retroceder"
na "determinação de eleger a Saúde Pública como um dos vetores de
desenvolvimento e sustentabilidade" do Sistema de Saúde.
"Pelo contrário, é a situação que nos obriga a uma gestão
criteriosa dos recursos materiais e humanos e nos faz eleger as questões da
Saúde Pública na promoção da saúde e na prevenção da doença como
prioridades", frisou.
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