Em 2009 os testes do vírus da SIDA serão gratuitos
Lisboa – à margem do Dia Mundial da Sida, que ontem se assinalou, a Ministra da Saúde Ana Jorge anunciou que a análise ao vírus do VIH/Sida vai passar a ser gratuita já a partir de 2009. Portugal está entre os quatro países europeus onde a taxa de novas infecções por HIV quase duplicou entre 2000 e 2007 |
Segundo um relatório da União Europeia e das Nações Unidas divulgado na segunda-feira a prevenção ainda é a «arma» mais forte no combate à propagação da doença. Neste momento, os utentes do SNS pagam 8 euros de taxa moderadora para fazer o teste, que custa 1 euro em contexto hospitalar e 2 euros nos centros de saúde. Ana Jorge anunciou também 5 unidades móveis de rastreio, cheques-dentista para os doentes com sida e um milhão de euros para a investigação. Filomena Frazão, da Fundação Portuguesa contra a Sida, lembrou que quando o poder político «se empenha, faz boas campanhas e toma medidas drásticas, as coisas acontecem», como foi o caso da lei do tabaco. Sobre o anúncio de testes gratuitos para os utentes do Serviço Nacional de Saúde feito hoje pela ministra da Saúde, Filomena Frazão e Maria Eugénia Saraiva, da Liga portuguesa contra a Sida manifestaram a sua satisfação. No entanto, Margarida Martins sugeriu que seja criado também aconselhamento pré e pós testes. |
in http://www.jornaldigital.com/noticias.php?noticia=16938
As análises de HIV vão passar a ser gratuitos....mas só em 2009???
Todos os dias, morrem 5700 doentes e há mais de 6800 pessoas que são infectadas pelo vírus da Sida.
O vírus da Sida matou só este ano, dois milhões de doentes e infectou já 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo. São estes os resultados do relatório da ONU, que indicam, apesar de tudo, uma descida de casos face ao ano passado.
O número de casos da doença desceu de quase 40 milhões no ano passado, para 32 milhões, segundo o relatório anual do Programa das Nações Unidas para o HIV/Sida. Esta descida deve-se muito em parte, a uma nova metodologia para realizar estas estimativas.
Globalmente, este relatório evidencia que a prevalência da infecção se mantém ao mesmo nível, embora o número de pessoas a viver com o vírus tenha aumentado devido a novas infecções com um tempo de vida dos doentes mais prolongado.
Verifica-se assim uma redução no número de mortes vítimas de HIV, que se pode atribuir a um maior acesso aos tratamentos.
A África sub-saariana continua a ser a região mais afectada pela doença, dado que segundo o relatório da ONU, 76% das mortes por Sida em 2007 ocorreram no continente africano.
Estima-se também que 90% de todas as crianças com HIV vivam na África sub-saariana.
Portugal é o quarto país da Europa Ocidental com mais casos de Sida
O relatório anual do Programa das Nações Unidas sobre a Sida evidencia que, na Europa Ocidental, Portugal é o quarto país que mais casos novos de infecções por HIV diagnosticou em 2006. No ano passado, foram diagnosticadas 2162 novas infecções em Portugal.
No topo desta lista surge o Reino Unido com 8925 casos de novas infecções por HIV, número muito preocupante visto que os novos casos da doença neste país duplicaram de 2001 para 2006.
Na Europa Ocidental, o HIV é transmitido essencialmente devido a relações sexuais desprotegidas e também pelo uso de equipamento contaminado entre consumidores de droga injectável. Todavia, a ONU refere que esta última causa tem pouca representação, com excepção para dois países, a Espanha e Portugal.
Testes mais rápidos para detectar a infecção HIV/Sida
Desde 2005 que em Portugal se distribuem testes rápidos de detecção da infecção HIV/Sida, nas maternidades e nos hospitais estes testes são usados com frequênia e são considerados muito fiáveis.
Segundo divulgou à Lusa o coordenador nacional para a infecção por VIH/Sida, Henrique Barros, os novos testes têm sido utilizados em Centros de Aconselhamento e Detecção Precoce (CAD), onde foram já realizados 17 mil exames do género, e Gabinetes de Apoio à Toxicodependência (GAT), onde foram testadas mais de 6000 pessoas.
«Trata-se de um teste extremamente fiável como as recolhas de sangue e semelhante aos testes de gravidez por os resultados serem também muito rápidos. A questão da rapidez tem a ver com a orientação e com ganhar mais pessoas no sistema de cuidados e evitar o mais possível que desistam de fazer os teste e de receber os resultados», explicou Henrique Barros em declarações à Lusa.
«Se não houver uma boa relação com o médico ou determinação dos factores de risco, pode-se viver muitos anos sem saber que se é positivo, o que faz com que a pessoa não tire vantagem das terapêuticas e que outra pessoa possa ser infectada», alertou, estimando que um terço da população portuguesa infectada desconheça a sua situação.
Henrique Barros referiu ainda que os testes rápidos, que custam cerca de três euros, menos quinze do que os tradicionais, devem ser distribuídos em maternidades e urgências, onde a sua maior eficácia vai permitir «fazer a diferença».
O especialista considera, no entanto, que a realização do exame nestes serviços não deve ser banalizado, mas antes destinar-se a pessoas com comportamentos ou circunstâncias de maior risco e a partir sobretudo de decisão clínica.
Quanto às farmácias, Henrique Barros não acredita que os testes sejam realizados «tão cedo», mas admite que a sua disponibilização nestes locais vai acabar por acontecer.
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