Comunidade Vida e Paz fornecerá 4500 refeições entre hoje e domingo a sem-abrigo e a pessoas carenciadas.
Pela 20.ª vez , quem não tem casa ou o que comer poderá dirigir-se à cantina um da Universidade de Lisboa. Frango assado, feijoada e bacalhau com todos é a ementa, e também é possível tomar um banho quente e mudar de roupa.
A ementa da Festa de Natal com os sem-abrigo é já uma tradição", diz ao JN, Elizabete Cardoso que integra uma das equipas de voluntários da Comunidade Vida e Paz (CVP). Canja e frango assado no forno com arroz para hoje, creme de legumes e feijoada para o jantar de amanhã e caldo Verde e bacalhau com todos na mesa dominical.
"Como estes três dias são os únicos do ano em que as equipas móveis não fazem as rondas nocturnas pelas ruas, pelas 21 horas, quando as pessoas têm de sair da cantina, será entregue uma ceia", explica a voluntária de 28 anos.
As portas da cantina um da Universidade de Lisboa - à saída da estação do metropolitano da Cidade Universitária - abrirão hoje às 15 horas e amanhã e depois uma hora mais cedo.
Este ano a animação decorrerá no palco cedido e montado pela Fundação Calouste Gulbenkian, e o Exército disponibilizou um camião com cabines de duche, onde é possível tomar um banho quente com os produtos de higiene e a toalha turca fornecidos pela CVP.
Haverá também uma tenda aquecida - com separadores de espaço para homens e mulheres - onde os comensais podem trocar as vestes por outra roupa limpa, sem o risco de se constiparem.
O ano passado, dias antes da Festa de Natal, o armazém onde estavam guardados os ingredientes foi assaltado. Este ano, a Jerónimo Martins ajudou na angariação dos alimentos para as cerca de 4500 refeições e dos 5000 lanches e ceias que deverão ser servidos.
"A Festa começa a ser preparada entre Março e Maio, com a definição das áreas, dos coordenadores e o balanço do ano anterior, para perceber os pontos a melhorar e o crescimento expectável de convidados para o ano seguinte", refere Elizabete.
A equipa que prepara a Festa é composta por mais 30 pessoas, "em que apenas uma não é voluntária", realça. Os pedidos de inscrição aos voluntários são feitos em Outubro.
"No último Natal tivémos cerca de 2500 pessoas ao longo dos três dias. Nem todos eram sem-abrigo, porque a CVP ajuda também famílias desfavorecidas. Além de que encorajamos os sem-abrigo a trazer alguém que lhes seja próximo", explica esta participante.
"O trabalho na cozinha é particularmente desafiante por ser feito por 20 voluntários que só se conhecem naquele momento", afirma ainda . "Os tabuleiros são transportados para as mesas por outros 15 voluntários, mas à hora de jantar, quem está disponível ajuda", explica.
Esta é também uma edição especial por ser a 20ª iniciativa de Natal da CVP, instituição criada pela Irmã Maria Gonçalves "para ajudar as dezenas de rapazes que via no Campo Mártires da Pátria no final da década de 80".
A CVP apoia diariamente , em média, 450 sem-abrigo durante todo o ano, com três equipas que percorrem em simultâneo as ruas de Lisboa. Compostas por mais de 440 pessoas, além das 27 mil sandes e 1800 litros de leite mensais, estas equipas tentam que os sem-abrigo adiram ao programa de tratamento e reinserção em quintas fora da cidade.
Fonte JN
Tenho alguma experiência nesta área, o que me permite tecer alguns comentários...
Será que a solução passa por ai??? Ou passará ainda pela atribuição do RSI??? Ou pela integração destes cidadãos em quartos ou em pensões de 5ª categoria???
O Estado não devia ter um papel activo que contribuísse para a proactividade das pessoas criando empregos que permitisse a todos as pessoas serem auto-suscentáveis???
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