sábado, 7 de agosto de 2010

Projectos do Centro Materno-Infantil já custaram milhões

O arquitecto responsável pelos primeiros dois projectos do Centro Materno-Infantil do Norte revela que já foram gastos cinco milhões de euros só em papel. Pedro Balonas fala em "má gestão dos dinheiros púbicos" e diz que a obra podia avançar amanhã no S. João (Porto).
“Como é que em 12 anos se gastam em estudos e projectos cerca de cinco milhões de euros sem que haja qualquer perspectiva da obra avançar?”, questiona Pedro Balonas, revelando que o primeiro projecto para a instalação do Centro Materno-Infantil do Norte (CMIN) junto à Maternidade Júlio Dinis custou quase dois milhões de euros.
Já o projecto para a construção do CMIN nas traseiras do Hospital S. João, que teve de ser concluído no tempo recorde de três meses, ficou por cerca de um milhão de euros. O actual custou dois milhões de euros.
O arquitecto prefere o segundo, datado de 2005. “Em 1998, defendia o posicionamento do Materno-Infantil junto à Maternidade Júlio Dinis. O terreno era maior, porque estava prevista a demolição do bairro de Parceria Antunes. E toda aquela zona da cidade estava em forte decadência. Hoje em dia, a situação é completamente diferente”, diz Balonas.
O arquitecto responsável pelos dois primeiros projectos do CMIN lembra que agora o terreno disponível junto à Maternidade é metade do que era em 1998, devido à reconstrução de Parceria Antunes.
“Já lá estão a ser construídos edifícios de grandes dimensões como o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, que vai trazer 10 mil alunos. E está previsto o Centro de Congressos”, aponta, convicto de que o CMIN traria, assim, uma “sobrecarga de tráfego”, até porque o actual projecto só prevê um acesso.
Para Balonas, a solução passa por voltar ao início: fazer um novo projecto e encontrar outro terreno. Sugere a zona da Circunvalação. Mas também via com bons olhos a opção por Gaia. “Prefiro uma solução que seja próximo de um grande acesso da cidade e de um hospital”, sustenta.
Só que isso poderia levar à perda de 21,7 milhões de euros em fundos comunitários. Para evitar essa situação, Balonas sugere que se recupere o projecto que elaborou para a instalação do CMIN nas traseiras do S. João. “O projecto está pronto e aprovado. O concurso para a adjudicação podia ser aberto já amanhã”, assegura.

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Notas:
Projectos à Portuguesa! Depois ouvimos as cantigas do costume: "temos que apertar o cinto"

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