domingo, 26 de setembro de 2010

Estarreja: Cuidar de quem precisa sem esperar nada em troca

Há 30 anos que a ASE se preocupa com as condições de vida dos mais necessitados. Recentemente, transformou uma barraca numa habitação digna
 
Espalhadas pelo país, existem centenas de Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS). Algumas mais activas, outras menos capazes. Há uns dias atrás, o presidente da Confederação Nacional das Instituições Cristãs, Lino Maia, considerou que “talvez haja centros sociais paroquiais a mais e caridade a menos”. Referia-se a instituições de cariz cristão, mas a realidade é que esta reflexão pode ser aplicada a todos os mecanismos sociais organizados que visam ajudar o próximo. Há uns mais empenhados do que outros, mas, apesar de, muitas vezes, “remarem contra a maré”, mesmo quando lhes são negados todos os apoios, não se deixam desanimar. É o caso da Associação de Solidariedade Estarrejense (ASE), que tem vindo a lutar contra as condições materiais degradantes em que vivem várias famílias no concelho de Estarreja.
Para o presidente da Direcção da ASE, Alberto Vidal, trata-se, sobretudo, de “contribuir para a sociedade na qual estamos integrados”.
A associação presta assistência aos que mais necessitam, mas torna a sua própria vida mais colorida, porque acaba por beneficiar e embelezar o espaço que a rodeia. O dirigente, com 80 anos, amparado por um vice-presidente que já conta com 92, ainda continua bem desperto para as lacunas sociais.

Associação actua com rapidez
nos casos mais problemáticos
A ASE, uma IPSS independente, é proprietária de mais de uma centena de habitações e apartamentos e, com o apoio de voluntários, trabalha, dia-a-dia, desde 1979, na recuperação de casas degradadas em que escasseiam condições de habitabilidade e, muitas vezes, de higiene.
Este mês, mais um triunfo desta associação foi conquistado. Reconstruiu, na totalidade, a casa de um homem, de 55 anos, residente no lugar de Casal de Bedueiro, em Salreu, que, no Inverno, dormia “enrolado em plásticos”, segundo contam os vizinhos.
“Estava tudo degradado. Chovia em todo o lado”, explica Alberto Vidal, que não esperou pelo subsídio da Câmara Municipal para pôr mãos à obra. Com a ajuda financeira do Painel Consultivo Comunitário do Programa Actuação Responsável de Estarreja (PACOPAR), promovido por várias empresas, e do esforço de vários voluntários, que, durante as noites e nos fins-de-semana trabalharam afincadamente, a casa de Aprígio Valente ficou pronta ao final de sete meses. “Avançámos rapidamente, porque o senhor não podia viver mais assim”, justifica o presidente da ASE.
Esta é, apenas, uma das situações que a ASE acompanhou, já que, segundo a associação solidária, “todos os dias surgem novos casos, os quais teremos de ir resolvendo e acompanhando dentro das nossas possibilidades, continuando, assim, a lutar para uma melhor vivência dos nossos concidadãos”.

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